Frequência Z: Bytes, Sexo e Zumbis

Já faz um tempo que eu e o pessoal do Universo Nova Frequência escrevemos um ebook com temática Zumbi, um assunto que sempre está na boca do povo. A história se trata de um vírus misterioso que chega em Nossa Senhora de Santa Fé, uma cidade interiorana fictícia (fiquem tranquilos, a epidemia não chegará até vocês hehe) que fica próxima à capital de São Paulo.
Ai cada autor escrevia um conto sobre seus personagens tentando sobreviver ao apocalipse, e eu fiz o meu, o segundo do ebook, e resolvi trazer aqui pra vocês!
Com vocês, Frequência Z: Bytes, Sexo e Zumbis (+18)
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Era para ser mais um dia de trabalho para Tiago, mais um dia cheio de pacientes para Joshua, e mais um dia de putaria para Pedro, Gabriela e Juliana. Mas eles não estavam preparados para o que iria acontecer. Este é mais um FREQUÊNCIA Z!
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Hora 1 antes da Infecção tomar proporções catastróficas
Tiago trabalhava incessantemente, o web-site do cliente deveria ser entregue naquele dia. A leitura completa do HTML foi feita e refeita para que nada desse errado. O site era de uma Metalúrgica Golden Metal.
Tempo depois ele conseguira terminar o serviço. Passou por e-mail o site ao seu chefe. Naquele dia, Sérgio, o chefe de Tiago não estava com uma aparência muito boa. As axilas suadas deixavam uma marca nojenta em sua roupa social, enquanto ele gemia e suava frio. Tiago entrou na sala para ver como seu superior estava. Ele estava sentado, tomando uma chícara de café enquanto escrevia algo pelo MSN. Levou uma mão ao peito e olhou para Tiago, os olhos agora em pânico.
- Sérgio... Como está?
- Não me sinto muito bem ainda. Acho que tenho que ir para casa. - O assustado chefe respondeu, enquanto se levantava para sair. Suas pernas falharam e ele caiu, em coma.
- CHEFE! ALGUÉM CHAME UM MÉDICO! AH DROGA!
***
Enquanto seu namorado trabalhava e passava por maus bocados, Juliana transava feito uma cadela no cio com Pedro. Ambos executavam todas as posições possíveis, em meio aos gemidos safados e o cheiro de suor se misturando ao cheiro de sexo. Juliana era uma puta, como Pedro dizia em seus xingamentos "carinhosos", enquanto batia na cara dela e a fazia chupar seus dedos.
Os braços fortes a envolviam e sem nenhuma delicadeza ele puxava os cabelos loiros da menina que se passava por santa. Logo depois de um longo orgasmo, ela se jogou para o lado e olhou para o seu amante. Ele sorria de prazer, enquanto estava de olhos fechados, não acreditando naquela transa.
Fariam cinco meses que eles transavam quando Tiago estava fora. Juliana se levantou rapidamente, com os peitos e a vagina para fora e caminhou até a cozinha. Pedro se sentara na cama e esperara pela mulher mais gostosa que ele conseguira pegar. Se levantou e se vestiu, sua roupa informal grudava ao corpo devido ao suór.
Ele se encontrou com ela no meio da escada. Com a cara surpresa, ela perguntou:
- Já vai? Queria mais uma rodada.
- Tenho que trabalhar. Outra coisa, se o corno do Tiago aparece aí, estou fodido.
- Ele é um banana. Vai... Vamos só mais uma vez. - Ela insistia.
- Agora não. Fique com meu beijo. - Dito isso Pedro beijou com têrnura a boca de Juliana, que quis aproveitar cada momento.
Ele saiu da casa e olhou para ela uma última vez. A grande casa de dois andares era linda por dentro e por fora também. Caminhou cansado e ofegante. Entrou em seu Captiva e acelerou, businando para Juliana, que estava na janela do quarto de cima.
Ela tinha que se arrumar antes que Tiago chegasse. Quando ela pensou nisso, o telefone tocou. Juliana desceu as escadas e atendeu.
- Alô?
- Oi amiga! - A voz era a de Gabriela.
- Gabi! Como você tá?
- Eu vi ele saindo da sua casa. Se divertiu?
- Nossa, não tem nem ideia. Um dia desses vamos marcar para eu e você nos encontrarmos com ele.
- Hum... Danadinha. Hahahahaha. Tô indo aí.
- Tá bom, beijos.
O telefone desliga e em poucos minutos, a campainha toca. Juliana atende e abraça Gabriela, seu vestido transparente não tampa nada, mas ela faz questão de sair na porta desse jeito.
- Então... Me conta. - Disse Gabriela totalmente interessada na transa da amiga e do "amigo".
- Ah, então... - O telefone toca novamente, impedindo Juliana de terminar sua frase. - Aff... Deve ser o corno do Tiago.
Ela corre para atender e, com sua voz cínica, fala primeiro:
- Alô?
- Oi Ju.
- Oi amorzinho. - Enquanto ela falava, fazia caretas que arrancavam grandes risadas abafadas de Gabriela.
- Estou aqui no hospital com o Sérgio, vou demorar um pouco a chegar.
- Ah amorzinho, estou com tanta saudade. Eu quero namorar ainda hoje.
- Tudo bem. Daqui umas três horas estou de volta.
- Tudo isso?
- Infelizmente sim.
Juliana pulava de alegria. Com a mesma voz sínica, ela se despediu. Assim que ela colocou o telefone no gancho, Gabriela caiu na risada. Sua alegria era incessante. E o tesão também.
***
Hora 1 após a infecção tomar proporções catastróficas
- O que aconteceu com ele? - O doutor Joshua perguntava à Tiago.
- Não sei, ele estava doente, tipo, muito doente mesmo e acabou desmaiando.
- Sei. Faremos alguns exames. Ele na verdade está em coma profundo.
Tiago fez uma cara de espanto. Sérgio mal respirava, o que preocupava demais o web-designer. Joshua, o estadunidense naturalizado brasileiro o acompanhou até a saída da sala. Quando estavam fora, quase foram atropelados por macas que iam e vinham. O médico deveria ficar de plantão, já que o número de pacientes aumentaram de vinte à quase cento e sessenta.
O ar começara a se encher de vômito e sangue, o que fez Tiago, que não estava acostumado com aquilo, ter náuseas.
Joshua encarou aquela cena horrenda de transeuntes vomitando por todo o corredor e tendo convulsões. Um homem estava com seu braço mordido, sangue por toda a parte da roupa e pelo seu braço. O pedaço de carne lhe faltava.
Um segurança fora chamado com extrema urgência. Um dos pacientes atacara um médico. Uma mordida em seu pescoço e a jugular estava cortada. Sangue espirrava pra todo o lado. Joshua correu para tentar socorrer o companheiro de trabalho, pressionando o ferimento. Enquanto isso o segurança segurava o homem que aparentava ter seus quarenta e cinco anos, enquanto este se debatia feito um louco.
Tiago foi vítima de um ataque mal-sucedido, não fosse pelo reflexo dele. Um soco bem desferido fez um homem ensanguentado ir ao chão. Porém isso não impediu o agressor. Ele se levantou novamente e grudou as mãos no ombro de Tiago, logo vindo com a boca contra sua garganta. Um gemido pouco ouvido por Tiago fez ele novamente empurrar o homem, que caiu no chão.
Joshua passava as tarefas para os enfermeiros e enquanto isso tentava se safar do que realmente estava acontecendo ali. Ele parou ao lado de Tiago e o olhou assustado. O chão já se preenchia completamente com poças de sangue. Pacientes agora ocupavam os chãos. Homens loucos entravam pela porta da frente do hospital e atacavam os primeiros que eles viam.
O médico-chefe passou por Joshua, mas logo foi parado pelo mesmo, que resolveu perguntar:
- Carlos! O que está acontecendo?
- Não sei! Abandone o hospital o mais rápido que você pode! O exército trancou a cidade!
- Ah, droga! - Tiago gritou, saindo correndo logo em seguida.
Joshua o seguiu, enquanto pessoas ao seu lado eram mortas e comidas vivas.
***
Juliana ligou a televisão, ela e Gabriela estavam completamente assustadas. Na maioria dos canais, estava a tela multicolorida de stand by. Até que eles conseguiram assistir ao Record News. O repórter já dizia:
- Segundo a ONU, o vírus ainda não tem causa ou como que ele pode ser parado. Tudo o que sabemos é que a cidade de Nossa Senhora da Santa Fé foi lacrada pelas forças militares.
Juliana encarou a amiga, agora mais assustada do que nunca. Gabriela estava mais branca do que nunca, a cara pálida deixava transparecer toda a sua preocupação.
Batidas fortes na porta fizeram com que ambas pulassem do sofá e gritassem feito crianças débeis. Tiago abriu a porta e olhou para todas ali. Ele não acreditou ao ver a roupa informal de Juliana e bufou, colocando as mãos na cabeça e se sentando no sofá, Joshua logo atrás.
Sangue estava na roupa de ambos, fazendo Juliana gritar e ficar apavorada. Seu pensamento estava na realidade focado em Pedro, o hacker que havia acabado de sair quando tudo isso aconteceu.
Tiago tentou um abraço reconfortante na namorada, porém ela recuou, mostrando seu total nojo na vestimenta dele. Joshua olhava pela janela, enquanto via pessoas correndo, algumas ensanguentadas, outras andavam como seres desmiolados. O completo caos havia se instalado na cidade de Nossa Senhora da Santa Fé.
Helicópteros que sobrevoavam a cidade caíam, enquanto enorme explosões eram ouvidas e a terra tremia. Pessoas ardendo em fogo corriam pelas suas vidas e logo caíam ao chão, não aguentando mais correr. Uma mulher caiu ao chão e foi arrastada pela rua, suas unhas saíam para fora, o rastro de sangue ficava. O grito dela era desesperador, fazendo Joshua se virar nervoso para encarar os habitantes da casa.
- Mas que porra está acontecendo aqui?!
- Ei... Se acalme, beleza? - Tiago interferiu.
- Como? - Joshua parecia muito nervoso, e estava.
Tiago abaixou a cabeça e encarou a namorada, que se debulhava em lágrimas. Até que uma ideia assolou sua mente. Ele encarou todos e disse:
- Podemos pegar a rodovia Anhanguera e seguir para São Paulo.
- Porque São Paulo? - Juliana perguntou, em meio aos soluços.
- Sei lá. Só que como é uma cidade grande, o exército pode estar em maior concentração ali!
- Boa ideia. - Gabriela respondeu, mesmo que não gostasse de Tiago.
- Então temos que ir AGORA! - Joshua disse, enquanto pulava para o lado.
A Captiva de Pedro entrou estourando a parede da casa, quase acertando Joshua, que a viu chegar pela janela. Juliana gritou mais uma vez e se levantou, correndo em direção ao carro. Lá de dentro, um Pedro ferido saíu. Seus braços largados e a feição de dor foram a causa de ele ter se jogado sobre o capô do carro e cair novamente. Juliana o ergueu e, sem se preocupar com Tiago, perguntou:
- Querido, você está bem?
- Querido? Que história é essa sua vaca?
- Não precisa xingar seu filho duma puta! - Gabriela gritou.
- Vai se foder sua vadia! Juliana, que história é essa?
- Argh... Eu sei lá... Urgh... Do que ela tá falando cara... - Pedro respondeu, tentando se levantar.
- Cala a boca, seu desgraçado! - Tiago gritou, tentando partir para cima dele, porém foi segurado por Joshua, que o lançou para o outro lado da sala.
- O que aconteceu, cara? - O médico perguntou.
- Um filho da puta me mordeu. Aí eu entrei no carro e comecei a dirigir. Perdi o controle e entrei aqui na casa de vocês.
- Tudo bem. Temos que sair daqui. - Gabriela disse, vermelha de raiva de Tiago.
- Argh... Mas minhas pernas... Estão fodidas! - Pedro respondeu.
- Que se foda... Quem quiser, que fique com ele. - Tiago respondeu, pegando um pedaço de madeira e saindo da casa, pelo enorme buraco que a caminhonete havia feito.
***
Hora 3 após a infecção tomar proporções catastróficas
Tiago dava passos nervosos, seguido de Joshua, que também estava armado. Logo atrás, Juliana e Gabriela carregavam Pedro, que arrastava seus pés. Os gemidos irritavam cada vez mais os ouvidos do homem traído, disposto a tudo agora para sobreviver.
Logo a frente, dez homens e três mulheres caminhavam como bêbados. Tiago preparou o taco de madeira e esperou que alguma dessas pessoas se aproximassem, o que não demorou a acontecer. Um homem veio em direção à ele que, para se defender, rodou a madeira, acertando a cabeça do zumbi e deixando seu inimigo caído no chão.
Joshua o seguiu e girava seu bastão na cabeça dos loucos que tentavam atacá-lo, com os braços estendidos e a boca gotejante de sangue. As meninas logo atrás foram quase que deixadas de lado pelos dois homens à frente, e para que não fossem pegas, aceleraram o passo, por mais que Pedro fosse pesado.
"É um homem que vale a pena ser valorizado" Pensava Juliana. Por mais que tudo isso ainda estivesse acontecendo, ela ainda sentia que podia ficar com Pedro depois que tudo aquilo acabasse. Ao longo do caminho, eles viam pessoas correndo enquanto eram pegas por multidões enormes de "zumbis". Os gritos e explosões eram constantes naquela parte da cidade, onde os helicópteros caíam sem explicação.
Carros da polícia e dos bombeiros cruzavam as ruas. O COE foi chamado para tentar amenizar o problema e, bem na frente de Tiago e do grupo, eles foram devorados vivos, enquanto tentavam sobreviver, atirando contra o peito de todas as pessoas. Os bombeiros que também tentavam se defender usavam machados e, numa maneira desesperada, tentavam fazer com que a forte pressão da mangueira d'água fizesse com que a maioria dos zumbis caíssem para trás. O que não adiantou muito.
Eles decidiram tomar a saída do parque natural, o que facilitaria mais o seu caminho até a rodovia, já que o caminho estava fechado devido ao tanto de pessoas "doentes" que fecharam a rua. Eles se viraram na direção do parque e continuaram a caminhar por um bom tempo.
Pedro agora estava tomando a mesma tonalidade de Sérgio antes dele se transformar em uma daquelas coisas. No chão, panfletos com a propaganda da banda que Tiago mais odiava, Delete, mostrava o seu show, como lançamento de seu novo hit: “Vem Jorjão”. Os passos se tornaram mais apressados assim que zumbis pareciam estar cercando o grupo.
Como os sintomas mostravam, Pedro caiu no chão, em coma. Gabriela caiu logo depois, devido ao peso exercido pelo amigo e Juliana gritou infantilmente quando viu a situação de seu amante, já que não se importava mais com o que Tiago pensasse dela. Ele olhou para as duas pessoas caídas e, seguindo o seu coração, os deixou. Joshua não acreditou na atitude dele e perguntou:
- Vai deixá-los ali?
- Não tenho nada a ver com eles. - Tiago respondeu.
- Ah. Pare de ser imaturo! Neste momento devemos cuidar um dos outros. - Joshua gritou mais alto, chamando atenção indesejada.
- Não vou ajudá-los.
Tiago parou e ficou olhando os zumbis cercarem o grupo e apertou o pedaço de madeira que estava em sua mão. Enquanto isso, Gabriela e Juliana tentavam acordar Pedro, que não apresentava sinais vitais, isso foi confirmado quando Joshua examinou o enfermo. O médico experiente olhou para as meninas e acenou negativamente com a cabeça, fazendo com que ambas se pusessem a chorar.
- Eu não quero atrapalhar a palhaçada... Mas estamos sendo cercados, porra! - Tiago gritou, chamando a atenção das meninas e de Joshua.
Devido a isso, Gabriela não estava preparada para o que aconteceria a seguir. Com uma das mãos, Pedro, ou a criatura que ele havia se transformado, puxou ela para perto de sua boca. Numa só mordida, ele conseguira desfigurar o rosto belo e bem feito de Gabriela, que gritava horrorizada, enquanto o sangue quente escorria pelas suas roupas. Juliana pulou para trás e também gritou, enquanto Pedro devorava a ex-amiga.
Joshua puxou Juliana pelo braço e a instigou a correr para sobreviver, por mais que ela ainda quisesse ficar ali, junto com seu amor verdadeiro, ou não, e sua amiga. Enquanto isso Tiago desferia golpes mortais contra os seres que se aproximavam demais. Assim que ele viu que Joshua e Juliana estavam prontos para correr, apontou o caminho e todos correram.
Depois de um tempo correndo, o soluço de Juliana fora trocado por uma respiração ofegante. Suór saía de suas têmporas, assim como Joshua e Tiago também estavam encharcados. Naquele dia, nem o sol estava do lado deles. A imagem de Gabriela sendo devorada ainda continuava assombrando a mente de Juliana, que sempre dava pequenos choramingos, fazendo cara de choro. Até que eles chegaram ao parque. O único problema era, uma enorme grade os separava da mata fechada que os levaria à rodovia. E o pior era que, por mais que não quisessem, eles tinham chamado a atenção de muitos zumbis.
- E agora? - Perguntou Joshua.
- Vamos pular oras. - Tiago respondeu, como se aquilo parecesse óbvio e além de tudo, fácil.
Juliana olhava para trás e suas mãos tremiam cada vez mais. Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, Tiago começou a subir, sem ao menos dar preferência para a única mulher no grupo. Joshua já estava começando a odiar aquele cara, isso foi percebido quando ele balançou a cabeça e, pelo seu pensamento, todos os tipos de xingamentos passavam, dando uma vontade enorme de ele terminar tudo aquilo e matar aquele desgraçado que se tornara frio.
Ele, como um cavalheiro, ajudou Juliana a subir, coisa que ela fazia com muita dificuldade. Tiago já estava do outro lado da cerca e, por mais que não quisesse, ele esperou todos passarem. Assim que Juliana pulou para o outro lado, Joshua começou sua escalada. Talvez tarde demais. Os zumbis agarraram em seu pé e o derrubou da grade. Num pulo, o médico se levantou e começou a desferir socos para tentar escapar da horda que o cercara. Assim que levou seu braço para trás para dar um potente murro em um "homem" que aparentava ter vinte e quatro anos, foi puxado e mordido. Isso desestabilizou totalmente aquele médico decidido de que iria sobreviver. Logo os zumbis cobriram Joshua e os gritos foram a única prova de que ele estava morrendo.
Juliana gritava, torcendo para que ele escapasse, o que não aconteceu. Assim que os gritos cessaram, ela se ajoelhou no chão e levou suas mãos ao rosto, o choro sentido e desesperado fez o coração de pedra de Tiago quebrar, ou quase quebrar.
- Juliana. Escute. Precisamos correr o mais rápido possível. Consegue fazer isso?
- Eu não posso aguentar tudo isso. Primeiro o Pedro, depois a Gabi, agora o Joshua. EU QUERO MORRER!!!
- Temos que ser fortes. - Tiago estendeu a mão esquerda à ela.
Juliana o encarou e pegou em sua mão, limpando as lágrimas restantes em sua face. E ambos correram. Os zumbis não tinham tempo de cercá-los. A rodovia já podia ser vista. Eles só precisavam correr por mais um tempo. Já longe do local onde Joshua havia sido morto, Tiago pediu à Juliana para descansar um pouco. Eles pararam e ele levou suas mãos ao joelho, dizendo logo em seguida:
- Sabe, eu não... Imaginava que você poderia fazer isso comigo.
- Tiago eu ia te contar.
- Bem que eu estranhei o Pedro sair da firma correndo feito um louco, dizendo que precisava resolver algumas coisas.
- Me desculpe. Eu ia te contar.
- Você IA. Não vai mais.
- O que quer dizer com isso?
- Nada. Vamos continuar.
Ela foi na frente, a coisa que Tiago mais queria. Ele preparou seu taco e o quebrou, acertando na cabeça de Juliana, que caiu, desacordada. O pedaço de madeira que havia sobrado, ele enfiara, ouvindo lentamente o som dos órgãos sendo rasgados pelo pedaço de madeira que entrava. Se ela não morresse pelos zumbis, morreria por traumatismo e se não fosse por isso, a hemorragia daria um jeito.
- Não vai mais. - Foi a última coisa que Tiago disse.
***
Tiago corria o mais rápido que podia e, por mais que tivesse matado uma mulher, sua futura esposa, ele não derramara nenhuma gota de lágrima. Estava feliz com o que tinha feito. Assim que ele avistou a rodovia, também avistou a barricada policial.
- Ah... Graças a Deus.
Ele começara a andar mais rápido, o único que conseguira escapar com vida. Pelo menos do seu grupo. Assim que ele se aproximou viu as miras das armas sendo apontadas para o seu peito. Tiros e mais tiros foram ouvidos e um policial disse:
- Alvo neutralizado.
O corpo de Tiago jazia ali. Sem vida, como o de sua ex-namorada. Sem vida talvez não, já que, algumas horas depois, seus olhos foram abertos, durante a noite, pareciam duas luas. Olhos brancos como a morte em si. Um grito de vitória e o exército zumbificado caminhava contra a brigada policial.
Numa cidade inundada pelo sangue de inocentes.
Toda a esperança se foi¹.
1= Música da banda Slipknot de um albúmcom o nome: All Hope Is Gone (Toda a esperança se foi)
Fim
Shadow
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Arte da capa feita por Anderson “Aracnos” Oliveira!
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